sexta-feira, 13 de janeiro de 2012





Inscrição no LERCON

Prazo prorrogado
até 22 de março


Atendendo a inúmeros pedidos, a HMF Assessoria Pedagógica decide prorrogar o prazo para inscrição no Congresso de Leitura e Contação de Histórias, o LERCON, até o dia 22 de março.

Agora, não perca mais tempo, acesse a gora mesmo o link abaixo e faça já a sua inscrição no LERCON

Clique no link aqui para a página de inscrição,

ou aqui para acessar o site


Tabela de preços da inscrição






A função do leitor 1

Quando Lucia Peláez era pequena, leu um romance escondida. Leu aos pedaços, noite após noite, ocultando o livro debaixo do travesseiro. Lucia tinha roubado o romance da biblioteca de cedro onde seu tio guardava os livros preferidos.
Muito caminhou Lucia, enquanto passavam-se os anos. Na busca de fantasmas caminhou pelos rochedos sobre o rio Antióquia, e na busca de gente caminhou pelas ruas das cidades violentas.
Muito caminhou Lucia, e ao longo de seu caminhar ia sempre acompanhada pelos ecos daquelas vozes distantes que ela tinha escutado, com seus olhos, na infância.
Lucia não tornou a ler aquele livro. Não o reconheceria mais. O livro cresceu tanto dentro dela que agora é outro, agora é dela”.

GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2008.








Ouça a entrevista clicando aqui.


ASSISTA À ENTREVISTA DO PROFESSOR HUGO MONTEIRO FERREIRA NO PROGRAMA PONTO FINAL




O que é o LERCON?
Congresso de Leitura e Contação de Histórias de Pernambuco: evento destinado a educadores (professores, gestores, coordenadores pedagógicos, arte-educadores e contadores de história) ligados a escolas, hospitais, clínicas, e/ou ao entretenimento cultural de modo geral, interessados na discussão acerca da leitura e da contação de histórias.

Onde e quando acontecerá o LERCON?

No Centro de Convenções de Pernambuco, mais precisamente no Auditório Tabocas e em 6 salas de convenções, nos dias:

22 de março, quinta-feira, das 19h às 22h;

23 de março, sexta-feira, das 8h às 18h.

Quanto custa a inscrição e como fazer para se inscrever no LERCON?

Investimento:





Inscrições e maiores informações, acesse:











 



Profª Eliana Yunes (RJ)

Trazemos um trecho de uma entrevista concedida pela prof Eliana Yunes à revista do SESC-Rio por ocasião do Simpósio de Contadores de histórias. Eliana Yunes é professora da PUC-Rio, pesquisadora renomada na área de leitura e uma das coordenadoras da Cátedra de Leitura da UNESCO.

A que você atribui que, em pleno século XX, o conceito de leitura, na maioria dos casos, fique restrito, exclusivamente aos livros e à escrita?

A tradição da escrita é fundadora da cultura ocidental a partir do médio oriente onde emergiram os “povos do livro”, para os quais a palavra sagrada, graficamente registrada, tornou-se ícone de poder também temporal. Com isto a escrita passou a signo controlado pela capacidade de decifração, dependente de intérpretes autorizados, o que tornou a leitura uma to cercado de regras e cuidados próprios com a “verdade” dos sentidos. A capacidade de leitura existente anterior à escrita, leitura de mundo, “dos sinais dos tempos”, dos acontecimentos, traduzidas em formas orais, ainda que consolidadas pelos costumes, perderam a sua força. A imagem teve sua expressão narrativa reduzida a uma cena – ver nos museus o apogeu da pintura nos séculos pós-renascentistas é somente com a emergência de novos suportes, a criação de novas linguagens –cinema, TV, outras mídias no século passado, -atentou-se para a necessidade de formar leitores para estes modos de narratividade que já estivera presente na oralidade dos povos ágrafos.
Depois o mundo contemporâneo não deu conta de alfabetizar para a construção dos sentidos e com isto tornou o peso da leitura mais atrelado ainda ao livro, tido como suporte de transmissão do conhecimento efetivamente válido e universal.

Você considera a televisão “inimiga” da leitura, como muitos afirmam? Com o avanço das novas mídias, principalmente no mundo virtual, a tendência é a de que o livro, fisicamente falando, desapareça?

São duas perguntas, mas elas de fato, têm conexão: a TV com certeza redistribuiu o tempo de “lazer” e ampliou o circuito de informação. Mas há um tempo para cada coisa debaixo dos céus ,diz Eclesiastes. Trata-se de como a vida doméstica valoriza e usa os meios de formação e informação. O cinema não morreu com a TV, nem vai morrer com o DVD. A fotografia não matou a pintura, nem a gravura. A leitura interage com todos estes suportes e linguagens e o livro não vai desaparecer, nem frente ao e-book; os pergaminhos e rolos (hoje desenrolamos textos na internet) passaram a cadernos e brochuras sem que bibliotecas desaparecessem. Não é para temer novas modalidades de comunicação. O que interessa é a narrativa, a literatura, o texto, esteja onde estiver, pois é o pensamento e o sentido, a linguagem, que nos faz humanos.

Fonte: Livro, leitura, literatura... Eliana - Entrevista realizada com Eliana Yunes. Revista do SESC-Rio, ano 1, n° 5, novembro de 2008.


A Profª Eliana Yunes ministrará a
Palestra de Abertura do LERCON!






Rogério Andrade Barbosa (RJ)


A RECRIAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES POPULARES NA LITERATURA INFANTO-JUVENIL

(Rogério Andrade Barbosa – Belo Horizonte, 2006)

O Brasil, nosso imenso país, por sua formação étnica, apresenta uma grande diversidade cultural. Também pudera! Nós somos frutos da união entre diversos povos e crescemos convivendo com essa pluralidade de culturas. Conforme os versos de uma canção de Rubinho do Vale, somos índios, brancos e negros. Enfim, brasileiros!
Portanto, as diferenças culturais devem ser valorizadas e, não, ignoradas ou alvo de discriminação.
Em meus livros, baseados em viagens e pesquisas que faço pelo Brasil afora, sempre que posso, procuro abordar essa multiplicidade, valorizando, principalmente, a sabedoria popular e as diferenças culturais e étnicas.
Quanto mais me aprofundo nas pesquisas, quanto mais faço viagens em busca de histórias para meus livros, mais me surpreendo com as inúmeras versões de um mesmo conto, recolhidas por folcloristas, tanto no Brasil como em diversos países da Europa, Ásia e África.
Assisto a apresentações de mamulengueiros, violeiros e cantadores.  Topo qualquer parada, estrada ou canoa – me enfio em qualquer lugar, seja onde for, para uma escutar uma história nova, ou a variante de um conto.



Rogério Andrade Barbosa participará do LERCON!
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